quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

AVALIAÇÃO: O erro

AVALIAÇÃO: O ERRO NA RECONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Profª. Esp. Maria Filomena Lages Souza
filolages@hotmail.com


A avaliação é entendida como um processo meramente técnico de comparação e de medir o quanto o aluno aprendeu, vista dessa forma como uma sentença e não como diagnóstico. O mais comum é transformar a avaliação unicamente em um ato de aplicar provas, atribuir nota, classificar os alunos para reprovar ou aprovar. O professor precisa compreender a avaliação como parceira no processo ensino-aprendizagem tendo como objetivo a construção do conhecimento, e mais, com objetivo de satisfazer de maneira mais ampla a sociedade, uma vez que através da apropriação de conhecimento a sociedade poderá promover e entender a realidade. A avaliação não deve ser compreendida como medida, porém dentro de uma visão ampla que propicia o crescimento do aluno e a qualidade da escola, considerando o sistema avaliativo como um processo sistemático, contínuo e integral voltado para a totalidade da pessoa do aluno, em todos os seus domínios. Para tentar realizar qualquer proposta de avaliação escolar, primeiramente é necessário tecer algumas considerações a respeito do erro no ensino-aprendizagem. Dentre essas considerações, encontra-se a visão distorcida de muitos educadores em usar a avaliação apenas para classificar o aluno, cujos resultados finalizam na obtenção da nota. Dessa forma, o aluno vai internalizando desde as primeiras séries que deve está constantemente preparado para ser medido, classificado e rotulado, visto como um objeto da avaliação. A percepção de erro que gerava a culpa e o castigo tem servido de ponto de reflexão, para alunos, professores e pesquisadores como: HOFFMANN, LUCKESI E VASCONCELLOS. A prática pedagógica não avalia o erro, o fato, mas uma imagem do mesmo carregada de preconceitos. O fato já é prejulgado e condenado. O papel construtivo do erro na avaliação era visto por Demóstenes como uma esperança e dessa forma busca-se o caminho a percorrer no sentido certo. OARESHOT apud AQUINO (1997, p.12) afirma “ a aprendizagem não começa com a ignorância, mas com o erro.” Atualmente, a tendência nos meios educacionais é conceber o erro como indicador para o redimensionamento do planejamento curricular, dos métodos e estratégias. O erro já não é visto como ineficiência unilateral mas dos dois pólos do processo ensino-aprendizagem. O entendimento de que o erro pode resultar de vários fatores, envolvendo a escola, o currículo, a prática educativa do professor e o esforço dos alunos tem levado os educadores a uma nova concepção do processo de avaliação. De acordo com a visão equivocada do erro verifica-se a necessidade de uma prática que possibilite a elucidação das dúvidas, a oportunidade do aluno revelar seu pensamento, seus receios de cometer erros, levando o professor do século XXI a ultrapassar posturas convencionais na avaliação do desempenho do educando.

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